Roubos de carga no RS caem 7,3% em 2019 e se concentram dentro de municípios
02/01/2020 07:45 em TECNOLOGIA

Nos primeiros 11 meses de 2019, houve redução de 7,3% nos ataques a transportadoras de cargas no Rio Grande do Sul, em comparação com o mesmo período de 2018. Mesmo assim, dados divulgados pela Polícia Civil mostram que, em 2019, aconteceu, em média, um assalto a cada oito horas, totalizando 1.037 registros. Em 2018, também até novembro, foram 1.119 ocorrências. Apesar da queda, outro fato preocupa as autoridades nos últimos anos: o perfil dos alvos. Os ladrões têm optado por roubar pequenas entregas dentro dos municípios, especialmente da Região Metropolitana, em vez de grandes cargas nas rodovias. 

Os ataques dentro das cidades representam mais do que o dobro dos casos em estradas neste ano. Foram 723 ocorrências, contra 314 registros nas rodovias. O total de crimes dentro dos municípios é próximo ao registrado no período em 2018, quando houve 709 fatos. Cigarro é a carga mais procurada, e Porto Alegre concentra 13,9% do total de roubos

O delegado Alexandre Fleck, da Delegacia de Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), afirma que três fatores ajudam a explicar a mudança no perfil dos alvos dos ataques: o serviço rotineiro, com rotas conhecidas, segurança inferior a de grandes transportadoras e a facilidade para os criminosos fazerem a abordagem. A investigação verificou que geralmente as ações têm um ladrão ou, no máximo, três. Eles atuam de forma esporádica e conforme a ocasião. Na maioria dos registros, de acordo com o delegado, os roubos não são cometidos por quadrilhas organizadas. 

— Agem esporadicamente e atacam furgões, caminhonetes, no máximo pequenas vans, que transportam cargas de menor porte, atendendo regiões afastadas das cidades, principalmente pequenos comércios. Muitas vezes, são os mesmos que acabam comprando ilegalmente estas mercadorias roubadas — diz Fleck.  

Devido a essa mudança de local dos ataques e de tipo de carga levada, o delegado diz que a estratégia de combate aos ladrões foi alterada no ano passado. Segundo ele, a atuação tem se concentrado especialmente nas cidades, em parceria com a Brigada Militar, para monitoramento do transporte de pequenas cargas em caminhonetes e furgões. Este trabalho ocorre há, pelo menos, cinco meses. O policiamento em conjunto é maior com o Comando Metropolitano da BM, já que os casos acontecem com maior frequência na Região Metropolitana. O delegado diz que também foi feita parceria com setores que atuam na segurança de indústrias de cigarros, que é o tipo de carga mais visado pelos criminosos.

Entre os 1.037 ataques registrados nos primeiros 11 meses de 2019, há casos nos quais a carga era o alvo dos ladrões, mas há também situações nas quais os criminosos queriam roubar os veículos ou até mesmo assaltar o motorista. Conforme o delegado, em 200 casos as cargas levadas eram de cigarros, número que corresponde a 19,3% do total. Os outros produtos mais visados são valores — o dinheiro arrecadado após a entrega da mercadoria — e bebidas.

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