O material já pronto é conservado a temperaturas baixíssimas, de onde só sai para ser aplicado em cavalos dentes.
Fraturas
Na ortopedia, as células-tronco são usadas nas fraturas e para tratar tendinites, osteoartrites e artrites dos equinos.
Comanche teve uma fratura grave, em múltiplos fragmentos. Além da cirurgia para a colocação de pinos e imobilização, ele recebeu células tronco no ponto da fratura. Ele se recupera bem e já está em casa.
Outra frente de pesquisa avança na área reprodutiva, para o tratamento da endometrite, uma infecção que ataca o útero e pode levar à infertilidade.
"Nós escolhemos um grupo de éguas que tinham um problema de fertilidade grave, que já não gestavam, não produziam embrião, a maioria delas era doadora de embriões", conta o veterinário Marco Antonio Alvarenga.
As células são aplicadas na parede do útero. Segundo o doutor Marco Antonio, das 15 éguas tratadas com a tecnologia, 6 voltaram a ter a função uterina e ficaram praticamente curadas da infecção e 8 retomaram a ter capacidade de produzir embriões.
Essa aplicação ainda é feita exclusivamente na universidade por conta da técnica, que requer equipamentos caros. Mas a terapia celular avança no mercado.
Quando começou a ser usada comercialmente, há pouco mais de uma década, a célula precisava vir do próprio animal que seria tratado. Só que, de lá para cá, os cientistas descobriram que não havia rejeição entre indivíduos da mesma espécie. Isso permitiu a criação de bancos de células-tronco, o que facilitou muito o acesso a esse tipo de serviço.
Hoje, o Brasil tem 7 bancos de célula tronco privados, a maioria para pequenos animais, como cachorros e gatos. Mas o mercado dos grandes existe e atende, principalmente, cavalos de competição.
Égua quarto de milha, Dama é atleta e faz prova de 3 tambores. Segundo o cavaleiro Rodrigo Papadopoli, é uma das melhores que ele já teve. Ela tem rompimento de fibra no tendão, problema de atleta, e está sendo tratada em Tietê, no interior de São Paulo.
Dama vai receber uma aplicação de células-tronco na lesão. O procedimento custa cerca de R$ 2,5 mil. Enquanto a égua é sedada por um veterinário, outros descongelam as células, que vieram de um banco privado na região de Campinas.
Fonte: MEIO RURAL