Como não cair em uma Muito provavelmente você já ouviu falar em pirâmide financeira.
Geralmente apresentadas de forma mentirosa como um bom investimento, com retorno rápido, as pirâmides financeiras são vendidas como alavancagem financeira, mas na verdade são uma cilada para os investidores. Pirâmide financeira é um esquema em que a entrada de novos investidores é responsável pela remunderação dos antigos. Isso faz com que, quanto mais gente aderir à estrutura, maior a remunderação daqueles que estão no topo da pirâmide, que normalmente são os primeiros a entrar e idealizadores do golpe. O problema é que, quando o número de entrantes diminui ou para, o esquema cai, e quem colocou dinheiro não consegue recuperá-lo. É comum que, para entrar, o novo “investidor” tenha de fazer um aporte, que vai para os que estão no topo da organização. Este tipo de golpe se tornou muito popular na última década é crime – e não é de hoje. Pirâmide financeira é um crime contra a economia popular desde 1951, por meio da Lei nº 1.521. A lei tipifica como crime conseguir (ou tentar obter) ganhos desonestos causando prejuízo às pessoas por meio de especulações ou técnicas fraudulentas. Ou seja, golpes antigos tendem a ganhar força décadas depois, se aproveitando de crises financeiras ou ondas de otimismo. Na verdade, a ideia, como é vendida, é realmente tentadora: obter lucro e ainda conseguir beneficiar outras pessoas a partir do seu contato. No entanto, é preciso desconfiar do que parece fácil demais. Como funciona uma pirâmide financeira Primeiro de tudo, é preciso entender que pirâmide financeira é um crime, não um investimento. Na realidade, trata-se de um prejuízo em médio prazo para suas vítimas. De modo geral, esta prática começa com poucas pessoas, que vendem a promessa de um investimento fácil e com rápido e polpudo retorno do valor aplicado. A ideia é que seja algo fácil de executar, o que atrai muitas pessoas. Este “investimento” solicitado pode ser de um valor alto ou não. Mas o mais comum é que sejam valores fáceis de pagar. Assim, cada participante vai chamando novas pessoas com a mesma promessa de lucro fácil. Este recurso “investido” pelas vítimas é a fonte de renda destes golpistas. Quanto mais adeptos, maior o benefício dos organizadores do esquema. Assim, é comum que, logo após captarem um grande número de adeptos ou quando surgem suspeitas sobre o golpe, estes sumam sem deixar vestígios aparentes. Alguns casos de pirâmide financeira ficaram conhecidos, como o feito por Bernard Madoff, que causou perdas de cerca de US$ 65 bilhões. No Brasil, uma pirÂmide que se tornou conhecida e foi desmascarada pela justiça foi a TelexFree. Identificando uma pirâmide financeira Como vimos, uma pirâmide financeira oferece três pontos chave: Investimento fácil; Retorno rápido e polpudo; e A necessidade de mais adeptos para funcionar. As pessoas com dificuldades financeiras costumam ser as mais suscetíveis a este tipo de golpe. A promessa de uma fonte de renda faz com que muitas pessoas que estão desempregadas, por exemplo, abram mão do seu senso crítico em prol da “oportunidade”. Juntando isto à lábia dos golpistas, é possível visualizar o aceite da vítima. No entanto, não são poucos os casos de investidores que não estavam nesta situação e acreditaram que a pirâmide era o ganso dos ovos de ouro. Por isso, é preciso ficar atento alguns sinais. Para ser algo atrativo, é comum que estes esquemas sejam camuflados de modo a parecer um negócio legítimo e legal. Muitos esquemas de pirâmide envolvem a venda de algum produto e, acreditem, estes podem durar um tempo razoável antes da eclosão do golpe. Então, é importante conhecer o negócio antes de aderir a ele. Todo investimento precisa ser analisado antes do aporte financeiro em si. Pesquisar reportagens sobre o tema, ou mesmo depoimentos em redes sociais, pode levar ao conhecimento de outras vítimas. Pesquise também o CNPJ ou o CPF de quem está fazendo tal proposta. Toda empresa tem um contrato social registrado na Junta Comercial. Vale a pena lê-lo. Tomando tais cuidados é possível investir de fato no que dará retorno de forma, ainda que mais lenta, mais segura, sem cair no conto da pirâmide financeira.
Fonte: Suno Research / Tiago Reis