Laço inclusão em rodeio emociona tradicionalistas
RODEIOS
Publicado em 13/01/2020

A modalidade teve dois inscritos e organizadores garantem que ela será realizada nos próximos eventos do Piquete

LAJEADO | Promovido pelo Piquete Dom Ermilo, o laço inclusão emocionou quem esteve presente e participou do 2º Rodeio Crioulo Estadual do Piquete, realizado no Parque de Eventos Municipal. A modalidade, inédita em rodeios crioulos, teve o intuito de incluir pessoas com algum tipo de deficiência e fazer com que elas participassem do tiro de laço.
Conforme uma das organizadoras do evento, Adriane Welter Duarte (44), a ideia surgiu devido aos quatro graves acidentes sofridos pelo seu filho, hoje com 24 anos.

Dessa forma, ela e o marido, César, quiseram promover a inclusão e mostrar a importância de se debater as deficiências, criando ambientes e eventos para todas as pessoas.
Para Adriana, apesar de apenas dois competidores, o laço inclusão será realizado em todos os eventos do Piquete Dom Ermilo. "É um pontapé inicial para que outras entidades também façam. Trouxemos para a 24ª Região e esperamos ver nas demais", salienta.

Emoção e inclusão

A primeira edição do laço inclusão teve dois participantes. Rodrigo Loss (38) e Cássio Rafael Naue (38). Ambos foram aplaudidos e ovacionados pelos tradicionalistas.

Apesar de não ter uma família ligada ao Movimento Tradicionalista, Cássio conta que um vizinho o incentivou. "Ele tinha um cavalo e desde pequeno andava comigo. Eu acabei me apaixonando", relembra. Porém, a escoliose na coluna vertebral, que o acompanha desde o nascimento, muitas vezes acabou sendo um obstáculo. "Eu nunca caí, mas meus pais tinham receio. Ainda mais porque em 2017 eu tive câncer e o medo deles aumento", destaca.

Mas foi o amor pelo cavalo e pelas competições, que motivou Cássio a seguir em frente e vencer mais um desafio. Ao voltar para os rodeios, após as liberações médicas, ele diz que encontrou a terapia certa. "Eu não me acho diferente, mas essa competição é um incentivo. Ela mostra para os pais que seus filhos têm um lugar, têm espaço e apoio", ressalta.

Acompanhado de César, um dos organizadores do evento, Rodrigo vibrou com a realização de um sonho. Com síndrome de down, ele conta que participa de diversos rodeios, mas que sempre desejou laçar. "Estou muito feliz", frisa.  Quem também esteve presente e se emocionou com Rodrigo, foi o primo Luiz Henrique Manzani (26). Ele explica que Rodrigo sempre o acompanhou em rodeios e sempre gostou do tradicionalismo. Juntos, eles lançam vaca parada. "Não tem palavra que explique a emoção. Isso aqui valeu mais do que qualquer rodeio ganho", destaca.

Acompanhado do primo Luiz Henrique, Rodrigo disse estar muito feliz por ter participado (Foto: Mônica da Cruz) 

Cássio Naue destaca que o laço inclusão, é um incentivo para os participantes e suas famílias (Foto: Mônica da Cruz)

Comentários